Ameivula ocellifera
(Spix, 1825)

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Tamanho (3cm-12cm)
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Hábitat (campo aberto)
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Coloração (destacada)
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Dieta (artrópodes)
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Reprodução (ovípara)
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Atividade (diurna)
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Raridade (comum)
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Status de conservação (LC)
Identificação
Com seu corpo cilíndrico e alongado, este lagarto possui a cauda e os membros longos, bem desenvolvidos e robustos. O comprimento rostro-cloacal varia de cerca de 30 mm até 120 mm. Os machos adultos são maiores que as fêmeas e possuem a cabeça proporcionalmente maior também. O dorso é marrom e as laterais apresentam três listras longitudinais claras (brancas ou esverdeadas), separadas por faixas marrom-escuro. A listra longitudinal superior vai desde o pescoço até a base da cauda; a listra mediana vai da região da têmpora até a base da cauda; a listra inferior vai desde o focinho, passando pela órbita e pelo ouvido, até a virilha. A faixa marrom-escuro que separa as listras claras inferior e mediana possui pontos claros (brancos ou esverdeados). O ventre é claro, podendo apresentar tons esverdeados ou azulados mais para os flancos, principalmente nos indivíduos adultos. A espécie pode ser confundida com Ameiva ameiva, da qual se distingue por possuir oito escamas ventrais em uma fileira transversal no meio do corpo (ao invés de 10-12), ou com Kentropyx paulensis, da qual se distingue por possuir as escamas ventrais lisas ao invés de quilhadas como é em Kentropyx calcarata.
Distribuição geográfica
Ocorre na Argentina e na Bolívia, no Paraguai e no Brasil. No Brasil a espécie está distribuída nas Regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste, ocorrendo também em alguns estados da Região Norte, como Rondônia e Tocantins.
Hábitat
Ocorre em áreas de cerrado abertas e bastante ensolaradas, com vegetação rala.
Micro-habitat
Vive junto ao chão, principalmente em áreas onde o solo é arenoso ou rochoso com moitas de capim. Cava buracos sob rochas, troncos caídos, em montes de areia ou argila, ou mesmo no chão, onde procura abrigo e deposita seus ovos.
Dieta
Alimenta-se basicamente de artrópodes, sendo os itens mais importantes, larvas de insetos, grilos e gafanhotos, cupins, formigas e aranhas.
Reprodução
Ocorre praticamente durante todo o ano, sendo que durante a estação seca há uma redução drástica na atividade reprodutiva de machos e fêmeas. Cada fêmea pode depositar mais de uma ninhada durante o ano; e elas variam de um a cinco ovos, sendo que a média é de 2.7 ± 1.0 (n= 42) ovos por ninhada. Os ovos são alongados, medindo cerca de 15 x 7 mm.
Os filhotes nascem com cerca de 30 mm de comprimento rostro-cloacal e atingem a maturidade sexual perto dos 55 mm, no seu primeiro ano de vida. Os machos possuem comportamentos sexuais interessantes. Geralmente os maiores vencem disputas agressivas contra outros machos e obtêm acesso a um maior número e aceitação das fêmeas.
Comportamento
É uma espécie diurna e heliófila, ativa nas horas mais quentes do dia, geralmente das 10h às 14h. A temperatura corporal média é de 36.3 ± 3.8 (n=28). Passa a maior parte do tempo em movimento, se deslocando entre manchas de sol e sombra para regular sua temperatura corporal, ao mesmo tempo que procura por alimento. Pode revirar o folhiço ou cavar o solo à procura de presas. Quando notado, pode tentar se confundir com o ambiente, ficando imóvel por algum tempo sob moitas de capim, ou pode correr rapidamente para um buraco. Seu estilo de corrida é bastante peculiar, pois corre rápido e para subitamente para tentar enganar o observador.
Bibliografia seleta
Vanzolini, P. E., A. M. M. Ramos-Costa, e L. J. Vitt. 1980. Répteis das Caatingas. Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, Brasil.
Vitt, L. J. 1983. Reproduction and sexual dimorphism in the tropical teiid lizard, Cnemidophorus ocellifer. Copeia 1983: 359-366.
Sales, Raul FD, and Eliza MX Freire. “Reproductive biology of a whiptail lizard (Teiidae: Ameivula) in the Brazilian Caatinga.” Salamandra 52.2 (2016).